sábado, 20 de abril de 2013

Lisboa - Doca do Espanhol anos 60

Há umas semanas atrás, adquiri por curiosidade alguns "slides" com fotografias tiradas do Porto de Lisboa, tiradas por um senhor alemão que visitou Portugal há 40 anos. Depois de uma aturada procura, pois eram centenas de slides, de diversos temas, natureza, animais, touradas, ferias na neve, la me deparei com alguns slides com imagens do Porto de Lisboa, e pensei "Porque não mandar fazer em fotos?". Foi o que acabei por fazer, e cá estão eles. Infelizmente não foram guardados com os cuidados devidos, apresentando bolor, tirando alguma qualidade e belezas às fotos que aqui irei colocar. Porém olhar para elas é como viajar no tempo e regressar uma época em que Portugal olhava de uma forma muito diferente para o Mar. Para os amantes de navios (onde eu me incluo) é absolutamente delicioso, olhar para um Porto de Lisboa cheio de navios mercantes nacionais que davam um colorido aquele espaço.


 Nesta foto e visível (ainda que muito desfocado) a proa do "Rita Maria" da S.G. e  ao seu lado mais ao fundo o cargueiro "Beira" da CNN


 Neste emaranhado pictográfico de navios, sobressai o cargueiro "Beira", a pedir uma nova pintura do casco


 Uma panorâmica tirada da Doca do Espanhol para o lado da Rocha Conde de Óbidos, por entre os batelões e fragatas, avistamos de novo o "Beira" seguido de um Navio-tanque da Soponata que devido ao tipo de construção poderá ser o "Alvelos", "Cercal", "Dondo" ou o "Erati"


 Termino com a minha foto preferida: Uma bela perspectiva do Paquete da S.G. "Amélia de Mello" com a sua chaminé a fumegar.

4 comentários:

João Celorico disse...

Caro Ricardo Ferreira,
Correndo o risco de me estar a tornar aborrecido com os meus comentários, venho dizer algo sobre estas fotos, mais propriamente sobre a que nos mostra o Beira e o petroleiro. É uma foto curiosa, ver esses dois navios na doca do Espanhol. Isto porque o seu local de atracagem normal era outro, Santa Apolónia ou Matinha. Neste local, só me parece, ser devido a reparação, porque este cais era usado como cais de reparação, pelo estaleiro naval da CUF (Lisnave). Atrevo-me a dizer que além de serem da década de 60 (portanto com quase 50 anos), poderão ser de fins do ano de 1966, princípios de 1967. Isto devido à nova cor (preto) do “topside” que, anteriormente, era um “cinzento esverdeado” e talvez seja o “Dondo” que estava em grande repação por esse tempo. Talvez, por isso mesmo, não se consiga vislumbrar o nome, por decerto ainda não estar pintado ( de branco, como normal).
É tudo!

Melhores cumprimentos,
João Celorico

Ricardo Ferreira disse...

De facto em relação à Soponata, os seus navios ou ficam ancorados ao largo á espera de descarregar a sua carga na Matinha, ou de facto estavam ancorados junto à ponte Cais da Matinha, onde alias bem perto ficava a sede da empresa. Tenho pena que as fotos nao tenham a melhor qualidade possivel. Excelente apontamento esse sobre a nova pintura dos cascos da Soponata de facto já tinha lido algo sobre o assunto no livro da Soponata elaborado pelo Luís Miguel Correia. E certamente estaria ali para ser de facto reparado na Lisnave. Alias se não estou em erro a Doca do Espanhol foi sempre a doca da SG a da Nacional era no cais da Fundição junto a Santa Apolónia. E ha ainda outro pormenor, à época as chaminés dos navios da CNN eram ainda pretas, pois a partir de 1972 com a junção SG/CNN passaram a ser azuis e pretas.

Cumprimentos

Ricardo

João Celorico disse...

Caro Ricardo Ferreira,
já agora, em relação aos navios que acostavam, normalmente, na Doca do Espanhol, eram, no sentido da Rocha para Alcântara, os da CCN, os da SG e os Carregadores Açoreanos. Do lado de cá e também mesmo sentido, cais de estacionamento dos flutuadores da AGPL e também duma comporta da Doca nº1 do Estaleiro da CUF ou, na vez destes, servia como cais de reparação. Seguia-se, então, o cais de acostagem dos navios, diria bananeiros, "Madeirense", "Funchalense" ou outros. O restante cais era utilizado para carga/descarga para os Armazéns (hoje os bares e escritórios da APL).
Havia vida diurna, agora talvez quase só nocturna!

Cumprimentos,
João Celorico

Arroz Xau Xau disse...

Olá Ricardo,

estive em tempos numa visita guiada ao núcleo da CUF no Barreiro, com o prof. Jorge Custódio, onde tu também participastes. Na altura, e para complementar a informação da visita, vim aqui ao teu blog. Por estes dias voltei novamente e confirmei que falas de algumas coisas que eu procuro. Assim quero pedir a tua ajuda. TransFrio, FRINIL ou ENI são algumas das empresas deste grande grupo que trabalharam com o frio industrial em Portugal. Será que têns informação sobre elas?

Um abraço,



Susana