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quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Circular da constituição da Sociedade Geral - 1919


Hoje trago-vos por assim dizer um fac-simile daquela que se não for a primeira Circular da Sociedade Geral será certamente das primeiras. Não é uma novidade, existindo já referências a este documento em livros recentes sobre Alfredo da Silva e da CUF. Esta informa-nos da criação desta Sociedade com um capital inicial de 2 mil contos ouro, efectuada no dia 15 de Julho de 1919 no tabelião Tavares Carvalho.

Os Sócios que constituíam esta nova sociedade tinham á cabeça Alfredo da Silva, seguido do Marquês de Mendia, o Conde de Mendia, Alfredo Ribeiro da Silva (com um nome idêntico ao do grande industrial o que não deixa de ser curioso) , Maria Christina Rezende Dias de Oliveira da Silva (esposa de Alfredo da Silva) e Amélia Dias d´Oliveira da Silva de Mello (filha de Alfredo da Silva) e própria Companhia União Fabril.

Tal e qual como estava estabelecido nos seus estatutos, o objectivo desta nova sociedade, era o exercício de qualquer comércio exceptuando o bancário. Detinha ainda o objectivo especial de contribuir para o capital ou aumento de capital de quaisquer empresas industriais. Sendo este último ponto que pretendo desenvolver.

A Sociedade Geral, transformar-se-á após a sua constituição naquela que foi a primeira "Holding" do Grupo CUF. O que quero eu dizer com isto? Provavelmente a maioria das pessoas pensam que Alfredo da Silva criou a Sociedade Geral de Comércio Industria e Transportes, com o objectivo especifico de entrar no sector o da navegação. Em parte é verdade, mas a viragem da Sociedade Geral para o mundo marítimo, como empresa de navegação foi um facto acidental. Durante e no pós 1ª Guerra Mundial, a pressão britânica (feita através do Foreign Office) sobre os negócios de Alfredo da Silva*, resultou no fracasso da aquisição (através da SG) da Companhia Nacional de Navegação. Deste modo não restava outra solução ao industrial se não criar toda uma frota marítima de raiz através da Sociedade Geral. Se o negócio tivesse sido concretizado, possivelmente o futuro papel desta Sociedade, seria o de única e exclusivamente gerir e reforçar os capitais e participações dos novos empreendimentos do Grupo CUF.


A criação da SG tem primeiramente a haver, com um objectivo muito concreto de Alfredo da Silva, o aproveitamento e penetração do seu grupo nos mercados ultramarinos, de forma a poder ter acesso a matérias-primas. Assistimos assim a aquisição de interesses em Sociedades ultramarinas, casos da Companhia do Congo Português, e a Empresa António da Silva Gouveia na Guiné, de extrema importância para a sua futura indústria de óleos alimentares (mendobim, gergelim, e palma). Em 1921 participa na aquisição da Casa Bancária José Henriques Totta, que se torna o centro financeiro do Grupo. Em cada novo negócio em que a CUF se lançava lá estava a presença discreta da SG, do empreendimento da TAP á Lisnave, Soponata, passando pela nova Refinaria da Petrosul em Sines, aos Fundos da FIDES, ou á SOGESTIL, a SG geria uma enorme carteira de acções. A partir de 1972 com a venda do seu sector de navegação á CNN, a empresa irá dedicar-se até ao seu desaparecimento da administração e gestão das participações que detinha nas múltiplas empresas do Grupo


* refira-se que durante a 1ª Guerra Mundial, a CUF estará na lista negra de companhias industriais por parte dos ingleses, devido á existência de capitais alemaes na empresa, por parte de Benno Weinstein

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Profabril - Concurso para Novos Edificios Públicos em Lourenço Marques - 1972

A PROFABRIL - Centro de Projectos S.AR.L. foi fundada em 1963 (sendo talvez a primeiro empresa de Estudos e Projectos a aparecer em Portugal), herdeira do antigo Centro de Projectos CUF fundado em 1934, detentora de uma longa e valiosa experiencia e conhecimentos práticos para a sua actividade, a qual se estendia, praticamente a todas as fases de concepção planeamento e realização de novos empreendimentos nos domínios da grande e média industrias, obras publicas, infra-estruturas e grandes edifícios para equipamento social e planeamento técnico e financeiro.

A experiência adquirida permitiu à PROFABRIL levar a efeito planos de desenvolvimento regional e de sector, pré-investimentos, planeamento de praticabilidade técnica e financeira, projectos arquitectónicos e de engenharia em todos os ramos, aparte a supervisão, coordenação e administração de projectos globais; direcção e supervisão de trabalhos de construção e montagem, bem como empreitadas gerais do tipo «até ao pormenor mais ínfimo».

Nos inicio dos anos 70 era já uma empresa com provas dadas e reconhecida a nível
internacional, em franca expansão (Angola, Moçambique, Marrocos e Brasil) detendo nos anos de 1971-72 um gigantesco volume de trabalho:

  • Projecto da Cidade Universitária de Lourenço Marques
  • Estudos de Planeamento Hidro-agrícola de 2 grandes zonas de Moçambique
  • Plano Director de Nova Lisboa
  • Novas Unidades Industriais da CUF
  • Projectos de dois grandes Hoteis
  • Ampliação da Fábrica de Relógios Timex
  • Anteprojectos de docas-secas em Espanha
  • Plano viário da região do Porto
  • Projecto dos supermercados Pão de Açúcar
  • tarefas de fiscalização tanto nas obras da Margueira, como nas obras de Cabora-Bassa
  • Trabalhos de programação de hospitais e edifícios públicos e coordenação de transportes em Moçambique
  • Planos dos portos de Lisboa e Setúbal
  • Projecto e fiscalização do novo estaleiro de Setúbal (SETENAVE)
  • a Linha beira-rio do Metropolitano de Lisboa
  • o "engineering" de novas fábricas de Estarreja
  • Parques de estacionamento subterrâneos de Lisboa
  • a Refinaria de Sines (PETROSUL)
  • Amplicaçao da refinaria do Porto
  • a rede de auto-estradas de concessão
  • Novos hospitais na Metrópole

Após esta breve introdução das actividades desta empresa do Grupo CUF passamos ao Concurso para Novos Edifícios em Lourenço Marques. Em 1972 o então Governo do Estado de Moçambique, delega á PROFABRIL a elaboração deste mesmo Concurso a ser apresentado ao Sindicato Nacional dos Arquitectos.

Propunha-se construir um conjunto de edifícios tanto administrativos como culturais na Zona da Baixa de Maxaquene em Lourenço Marques.

A zona de intervenção tinha como limites:

A Sul - A Baía de Lourenço Marques

A Norte - A Av. da República

A Poente - A Zona envolvente do moderno edifício da Fazenda (consultar fotos) fazendo ainda parte do conjunto considerado.

A Nascente - A rua limite do terreno, onde se encontravam as instalações da F.A.C.I.M. (Feira Agrícola Comercial e Industrial)

Toda este espaço detinha um total de 35 hectares, sendo a área destinada a edifícios públicos bastante menos, pretendendo-se que na parte nascente se situasse uma zona arborizada publica. Nos projectos estava ainda incluído a construção do Palácio da Cidade.

A Zona teria uma densidade global de mais de 1300 habitantes pro hectare em horas de ponta, e umas densidade de habitação próxima dos 200 habitantes por hectare. Uma capacidade para estacionamento de 1200 veículos no futuro alargado para 3000.

Edificios Projectados:

1 - Governo Geral
  • Instalação do Governo Geral
  • Gabinete Provincial de Acção Psicológica
  • Serviços de Centralização e Coordenação de Informação
  • Conselho Legislativo e Económico e Social
2 - Secretaria Geral
  • Instalações da Secretaria Geral
  • Governo do Distrito de Lourenço Marques
  • Serviços de Administração Civil
  • Inspecção dos Serviços Administrativos
3- Secretaria Provincial de Educação
  • Instalações da Secretaria Provincial de Educação
  • Serviços de Educação
  • Inspecção Provincial de Educação
  • Servo Extra-Escolar
  • Repartição Escolar Distrital
  • Inspecção Escolar Distrital
  • Mocidade Portuguesa
  • Mocidade Portuguesa Feminina
  • Instituto de Orientação Profissional
  • Conselho Provincial de Educação Física
4 - Biblioteca Nacional e Arquivo Histórico

5 - Secretaria Provincial de Planeamento e Fazenda
  • Instalações da Secretaria de Planeamento e Fazenda
  • Direcção dos Serviços de Fazenda e Contabilidade
  • Inspecção dos Serviços de Fazenda
  • Direcção dos Serviços de Planeamento e Integração Económica
  • Direcção dos Serviços de Estatística
6 - Secretaria Provincial do Trabalho e Previdência
  • Instalações da Secretaria do Trabalho e Previdência
  • Instituto do Trabalho, Previdência e Acção Social
  • Serviço de Emprego
  • Fundo de Acção Social no Trabalho
  • Gabinete Coordenador dos Serviços Sociais
7- Instalações Comuns
  • Restaurante
  • Posto Médico
  • Oficinas

Acervo Fotográfico:

Área do Projecto


Várias perspectivas da Área




Edifício da Fazenda



Panorâmica Geral com a Av. da Republica no Centro







Fontes:

  • Concurso de Arquitectura para Edifícios Públicos em Lourenço Marques, Profabril 1972
  • Revista Interna da Profabril
  • O Grupo CUF, 1974

quarta-feira, 11 de julho de 2007

O Grupo C.U.F. em 1974

Banca e Investimentos Financeiros

Banco Totta & Açores (1970)
Banco Totta – Standart de Angola (1966)
Banco Standart Totta de Moçambique (1966)
SOGESTIL – Sociedade de Gestão de Títulos (Fundo FIDES)
SOGEFI – Sociedade de Gestão e Financiamento (1964)
Sociedade Geral
International Factors Portugal (1965)
COBRIMPE – Cobranças, Organização e Assistência a Empresas (1972)


Indústria de Construção

EMACO – Empresa de Gestão e Construções (1964)
REALIMO – Estudos e Realizações Imobiliárias (1969)
FUNDUS – Administração e Participações Financeiras
SAEMA – Empreendimentos Financeiros e Comerciais (1964)
IMOBUR


Seguros e Resseguros

Companhias de Seguros Império – Sagres – Universal


Engenharia, Organização e Consulta

ENI – Electricidade Naval e Industrial (1969)
FRINIL – Frio Naval e Industrial (1971)
Empresa Geral de Fomento, planeamento e coordenação de empresas (1947)
NORMA – Sociedade de Estudos para o Desenvolvimento de Empresas (1963)
PENTA – Publicidade (1970)
PROFABRIL – Centro de Projectos (ex. centro de projectos C.U.F.)
PROMARINHA – Gabinete de Estudos e Projectos (1969)

Sector Químico

Companhia Portuguesa do Cobre (1943)
U.F.A. – União Fabril do Azoto (1948)
Lusofane (1962)
PREVINIL – Empresa Preparadora de Compostos Vinílicos (1969)
Microfabril – Sociedade Industrial de Bioquímica (1961)
VECOM – Sociedade de Limpezas Químicas e Protecções Especiais (1969)


Sector Têxtil

PROTEXTIL – promoção da indústria têxtil (1963)
SITENOR – Sociedade de Indústrias Têxteis do Norte (1962)
IPETEX – Sociedade de Indústrias Pesadas Têxteis (1965)
CICOMO – Companhia Industrial de Cordoarias de Moçambique (1966)
Companhia Têxtil do Punguè (1959)
SIGA – Sociedade Industrial de Grossarias de Angola (1951)
FISIPE – Fibras Sintéticas de Portugal (1973)


Sector de Higiene e Alimentação

COMPAL – Companhia de Conservas Alimentares (adquirida em 1963)
UNICLAR – Internacional de Cosmética (1971)
UNISOL – Sociedade de Distribuição e Exportação (1967)
SONADEL – Sociedade Nacional de Detergentes (1956)
FLORAL – Sociedade de Perfumaria e Produtos Químicos (1937)
INDUVE – Industrias Angolanas de Óleos Vegetais (1957)
PROALIMENTAR – Companhia de Produtos Alimentares do Centro (1968)
SICEL – Sociedade Industrial de Cereais (1963)
SOVENA – Sociedade Vendedora de Glicerinas (1956)
SOVENCOR – Sociedade Distribuidora de Óleos e Sabões nos Açores (1964)
SAPOMAR – Sociedade Madeirense de Sabões (1966)
SUPA – Companhia Portuguesa de Supermercados: Pão de Açúcar (1969)
GERTAL – Companhia Geral de Restaurantes e Alimentação (1973)
RESTAUBAR - Bares e Restaurantes (1969)
Restaurantes: Alvalade, Varanda do Chanceler, e Alfredo´s (Alvor)


Sector Metalo-Mecânico

MOMPOR – Companhia Portuguesa de Montagens Industriais (1972)
EQUIMETAL – Empresa Fabril de Equipamentos Metálicos (1973)
FERUNI – Sociedade de Fundição (1969)


Sector Eléctrico

JOMAR – cabos eléctricos e telefónicos (adquirida em 1972)
EFACEC – Empresa Fabril de Máquinas Eléctricas (1948)


Petroquímica

PETROSUL – Sociedade Portuguesa de Refinação de Petróleos (em associação com a SONAP) 1972
Companhia Nacional de Petroquímica (1972)
Sociedade Portuguesa de Petroquímica (em associação com a SACOR) 1957


Minas

Sociedade Mineira de Santiago (1966)
ECA – Empresa do Cobre de Angola (1944)
Pirites Alentejanas (1973)


Celuloses

Celuloses do Guadiana (1956)
CELBI – Celulose Beira Industrial (em associação com a Billerud) 1967


Tabaco

A TABAQUEIRA (1927)


Estaleiros Navais

LISNAVE – Estaleiros Navais de Lisboa (1961)
NAVALIS – Sociedade de Construção e Reparação Naval (1957)
REPROPEL – Sociedade de Reparação de Hélices Lda. (1971)
GASLIMPO – Sociedade de Gasgasificação de Navios (1967)
SETENAVE – Estaleiros Navais de Setúbal (1971)
Estaleiros Navais de Viana do Castelo (1945)
H. Parry & Son (adquirido em 1972)


Navegação


Companhia Nacional de Navegação (1956)
Companhia Moçambicana de Navegação (1971)
Empresa Africana de Cargas e Descargas (1970)
NAVANG – Companhia de Navegação Angola (1970)
NAVETUR – Agências de Turismo e Transportes de Angola (1971)
NAVETUR – Agências de Turismo e Transportes de Moçambique (1969)
NAVEMAR – Agência de Navegação Marítima e Aérea (1970)
NORTEMAR - Agência Maritima do Norte Lda. (1971)
GUINÉMAR – Sociedade de Agências e Transportes da Guiné, Lda.
PORTUFRETE - Fretamentos Marítimos e Aéreos, Lda.
SAMAR – Sociedade de Agências Maritimas (1970)
SOCARMAR – Sociedade de Cargas e Descargas Marítimas (1969)
SONATRA – Sociedade Nacional de Tráfego (1953)
SOPONATA – Sociedade Portuguesa de Navios-Tanques (1947)
Suprema Compañia Naviera S.A. (Panamá)
TRANSFRIO – Sociedade Marítima de Transportes Frigoríficos (1964)
TRANSNAVI – Sociedade Portuguesa de Navios Cisternas (1967)
TRANSMINEIRA (1970)


Hotelaria e Turismo

HOTAL – Sociedade de Indústria Hoteleira do Sul de Portugal (1962)
SALVOR – Sociedade de Investimento Hoteleiro (1963)


Concessão de Jogo (Algarve)
SOINTAL - Sociedade de Iniciativas Turísticas Algarvias (1971)


Aluguer de Veículos

EUROCAR – Companhia Nacional de Aluguer de Automóveis (1965)
SARMENTAUTO - Automóveis de Turismo, Lda. (adquirida em 1973)


Mercado Externo

INTERACID inc. ( Sede na Suiça 1971)
INTERCUF - Comércio e Representações de Produtos Quimicos Lda. (Sede no Brasil 1973)
FERTISUL (Brasil 1973) *
ICISA (Brasil 1973) *
Leal Santos (Brasil 1973) *
AGROFERTIL (Brasil 1973) *
D.C.I. - Desenvolvimento e Comércio Internacional (1974)
SUNEXPORT - Sociedade de Comercialização de Produtos Agricolas (1974)
NAVELINK S.A. - (Sede na Suiça, Janeiro de 1975)


Empresas Diversas

Companhia Animatógrafica dos Restauradores, (Cinema Éden) 1941
ISU – Estabelecimentos de Saúde e Assistência (1971)
UNIFA – União Fabril Farmacêutica (1951)
TINCO – Sociedade Fabril de Tintas de Construção (em associação com a ICI) 1958
Editora Arcádia, publicação de livro (1957)
Blanchard Portuguesa (1974)
Companhia da Ilha do Príncipe
Empresa António Silva Gouvêa
SOCAJÚ
COMFABRIL – Companhia Fabril e Comercial do Ultramar
CPIN – Companhia Portuguesa de Industrias Nucleares (parceria com várias empresas)


* empresas em que a CUF toma uma importante posição accionista

Fontes

  • "The CUF Group", CUF - Publicity Dep. July 1969
  • "O Grupo CUF", Departamento de Publicidade CUF, 1974
  • Maria Belmira Martins, "Sociedades e Grupos em Portugal", Editorial Estampa, 1973
  • Miguel Figueira de Faria "Manuel de Mello", Edições Inapa, 2007
  • Jornal República (1974)

Nota Bem: Esta lista não é definitiva, com o decorrer de estudos podem aparecer novas empresas que serão devidamente acrescentadas neste local.