sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Bandeira da Sociedade Geral

Esta foi a bandeira que de 1919 a 1972 ondulou, nos mastros dos navios da Sociedade Geral. De linhas sóbrias, ao que pude apurar, foi desenhada sob a supervisão do próprio Alfredo da Silva. Esta bandeira para além de representar a Companhia, representava também Portugal, e o poderio e em parte a autarcia marítima que o país teve. Na década de 70 novas politicas e novos rumos, levaram a que o Pais descurasse esse sector e o votasse ao esquecimento e a uma morte lenta. Pode ser que um dia as coisas mudem. Ao colocar aqui esta bandeira, presto uma sincera e humilde homenagem à Sociedade Geral, às gerações de pessoas que nela trabalharam, e também uma homenagem a todos aqueles que trabalharam na Marinha Mercante em geral.

sábado, 24 de janeiro de 2009

A C.I.P. - Companhia Industrial Portuguesa

Tendo larga tradição no fabrico de ácido sulfúrico, fertilizantes, (data de 1920 o seu inicio na produção de superfosfatos) e estuques para a construção civil, é em meados de década de 50 que esta empresa passa a fazer parte da esfera do Grupo CUF. As suas fábricas estavam situadas na Póvoa de Santa Iria perto de Vila Franca de Xira. Em finais dos anos 60 os lucros anuais da C.I.P. rondavam os 80 mil contos em vendas e nessa época a CUF detinha 84% de participação accionista da empresa. Para o fabrico do seu ácido sulfúrico a C.I.P. usava somente pirites provenientes de Aljustrel. No quadro abaixo compara-se o seu consumo anual desta matéria-prima com outras empresas concorrentes (SAPEC, e Amoníaco Português, incluindo-se a CUF como mera curiosidade)


Verifica-se não serem os consumos da C.I.P. expressivos face a todos os outros concorrentes (mesmo excluindo a CUF). Podendo-se concluir, que não possuía grande expressão no mercado nacional do Acido Sulfúrico. Apresento-vos agora um anúncio com um interessante grafismo datado de 1960:



E para terminar este pequeno périplo da história da C.I.P. vou colocar uma interessante e rara peça de louça (Vista Alegre como se poderá observar), que outro dia nas minhas constantes deambulações por feiras e lojas encontrei.







Fontes:

  • "The CUF Group" (CUF - Publicity Dept. ) 1969
  • "Estudo para a Localização de uma Área Concentrada de Indústrias de Base" (Presidencia do Conselho) 1971

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Fotos da Divisão de Metalo-Mecânica da CUF

No passado mês de Dezembro, foi doado ao Arquivo Municipal do Barreiro, um espolio fotográfico da antiga Divisão Metalo-Mecânica da CUF/EQUIMETAL (empresa que a partir de 1 de Janeiro de 1974 passou a gerir as respectivas actividades) doada pelo Sr. Manuel Azambujo. O espólio é composto por 247 fotografias datadas entre 1960 a 1976. Deixo aqui um agradecimento ao Arquivo Municipal do Barreiro, e aos seus funcionários que com a sua amabilidade me deram autorizaçao que colocasse aqui umas fotos desse mesmo espólio.

O tratamento de cinzas de pirite, era efectuado pela CUF desde o longinquo ano de 1926, recuperando dessa forma minérios de ferro conhecidos pela designaçao de "purple-ore" que eram maioritariamente vendidos ás siderurgias estrangeiras para o fabrico de ferro. Contudo e com tecnologia adquada a CUF sabia que poderia recuperar metais não ferrosos como o cobre a partir dessas cinzas (teores na ordem de 0,8 a 1,2%). A partir de 1954 sao instalados tambores Humbolt de precipitação mecância do cobre, sendo estas instalações de tratamento de cinzas (por lixiviação) a primeira e única do genero no país, passando a substituir o anterior processo estáctico (por meio de rigolas).

As soluções concentradas da lavagem das cinzas, eram bombadas para a instalação de precipitação mecânica onde o cobre era precipitado sob a forma de cemento. Esta precipitação era efectuada por intermédio de sucata de ferro. Refira-se que este cemento de cobre era uma das matérias-primas base do Sulfato de Cobre.

Para concluir, refiro apenas, a fabulosa capacidade de trabalho e de autonomia que a CUF detinha. Na sua Divisão de metalo-mecânica, eram fabricados os tambores Humbolt, que juntamente com a divisão de estudos e projectos, estudam e executam o projecto e a montagem do mesmo, permitindo desta forma á Companhia uma enorme redução de custos.


Fabricação de um tambor Humbolt


Instalação de um Tambor nas instalações da Tratamento de Cinzas de Pirite (T.C.P.)


Instalação de um 3º Tambor no T.C.P. em 1962


Fontes:

  • Espolio Fotográfico do Arquivo Municipal do Barreiro
  • "50 Anos da CUF no Barreiro", Direcção das Fábricas do Barreiro, 1958

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Itinerários da CNN - 1º Semestre de 1974

Norte da Europa, França, Inglaterra, Mediterrâneo, Guiné, Cabo Verde Angola, Moçambique, eram alguns dos destinos da antiga CNN. Com uma excelente apresentação que irão poder ver, apresentados sob a forma de desdobráveis, nestes itinerários encontravam-se, os portos de escala, os navios, e ainda a lista de agentes da CNN espalhados pela Europa. No final e para se ter uma percepção das rotas e portos escalados pelos navios da CNN, coloco um Mapa Mundo, onde isso é observável.




















Mapa de Escalas em 1972

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Navios "Químico Lisboa" e "Químico Leixões"

No início da década de 70 o Grupo CUF estava a fazer vultuosos investimentos no seu sector marítimo diversificando-o para diversas áreas, uma das quais e com a maior naturalidade era a do transporte de químicos. Através da sua associada a Suprema Naviera S.A. com sede no Panamá, constitui juntamente com outras companhias de navegação um “pool” designado por CHEMTANK liderado pela Hamburger Lloyd, que tinha acordos com o estaleiro naval Orenstein & Koppel (O & K) de Lubeck, onde foram fabricados os navios.



Gémeos do “Químico Lisboa” e mais tarde do “Químico Leixões”, o “Alchimist Lausanne” foi entregue á International Tankown Company da Monrovia, e o “Chemist Lutetia” á Compagnie Navale Worms de Paris. O “Químico Lisboa” seria entregue em Março de 1975, e o “Químico Leixões” em 1977, entrando de imediato ao serviço da Suprema Naviera S.A., até 1985, ano em que foram vendidos a uma outra companhia.



O Grupo CHEMTANK operava no Norte da Europa, no Mediterrâneo e no Mar Negro.


Características Principais:


Comprimento: 109,30 m

Capacidade de Carga: (cerca de 6100 MT = metric tons)

Tonelagem: (cerca de 4200 GRT)

Tripulação: 22 homens

Velocidade: 14 nós






Outras Fotos


Casco do Químico Lisboa nos estaleiros O & K



Salão dos Oficiais


Sala de controlo das válvulas dos tanques


Químico Lisboa


Químico Leixões


Planta dos Navios

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Folheto da CNN com a caracteristicas da sua Frota



Neste folheto editado pela CNN (de certeza pós 1974, pois no folheto vem já indicada a CTM, essa Companhia foi fundada nessa data), podemos observar as características da sua frota, e as suas linhas de actuação com os respectivos portos de escala. Verificamos já uma existência de transportes especializados de forma a responder a exigências dos novos tempos, tanto a granel (solido e liquido), bem como Frigoríficos, e transporte de ácidos através dos navios Quimico Lisboa e Quimico Leixões (não fosse a CNN membro do Grupo CUF)