terça-feira, 30 de setembro de 2008

Simposium Agro-Pecuário

Começou a ser lançado em 1959, certamente foi um dos primeiros manuais de Agro-Pecuária do País. Procurando desta forma dotar os Engenheiros Agrónomos, Regentes Agrícolas, Agricultores e Médicos Veterinários, de um manual, de fácil consulta, elaborado com índices e classificações, tal como se pode ler numa nota de abertura: "com o fim de com relativa facilidade, partindo de qualquer droga-base, simultaneamente conhecer-se as variantes da sua aplicação, bem como os nomes de todos os similares existentes no Mercado."
Este Simposium tinha como colaboradores o Dr. Lúcio Martins de Araújo e Pedro Manuel de Almeida da Mota Marques, ambos dos Serviços Agronómicos da CUF. Esta obra estava estruturada por diferentes capítulos: Agricultura, Cereais, Fruticultura, Vinicultura e Pecuária).

Coloco agora alguns anuncios que vinham em alguns volumes destes Simposiuns, dos Serviços de Publicidade da CUF:






Uma coisa que achei deveras curiosa neste Simpósium, é o aparecimento (práticamente página si, páginan não) de pequenos anuncios de rodapé de produtos da CUF, verificando-se assim já no inicio dos anos 60 uma campanha de publicidade agressiva por parte desta empresa. Não resisto a partilhar com voçês alguns dos muitos anuncios que foram publicados:







sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Nota Oficiosa da Administração deste Blogue

Certamente que quem, frequenta este blogue, já verificou que a partir desta semana foram colocados nas suas fotografias, um "símbolo" identificando-as como pertencente a este mesmo blogue. A razão pela qual fui obrigado a fazê-lo é simples, o Livro "Alfredo da Silva, a CUF e o Barreiro" da Editora Binomics, quem tiver comprado ou folheado essa obra verificará, que grande parte das ilustrações foram precisamente retiradas deste blogue (aliás seria muita coincidência que os meus anúncios tivessem as mesmas marcas e manchas, dos que estão expostos no meu site! ou que a chapa de Seguros da Império tivesse também ela sido tirada na minha mesa!). Penso eu que não custaria nada terem entrado em contacto com a minha pessoa e pedir a devida licença para usarem as minhas fotografias que aliás teria a maior honra, assim é que não pode ser, até porque creio já não nos encontrar-mos no PREC onde tudo era do Povo. Infelizmente nos dias de hoje pessoas sem escrúpulos são capazes de fazer tudo, até de se valerem de blogues e sites (ou de outras publicações) para terem o seu lugar ao sol. Dessa forma também eu faria inúmeras obras, que até ficariam razoavelmente baratas! Daqui para a frente e para que não se repitam tristezas semelhantes todas as fotos têm o símbolo deste blog.

Quanto ao livro em questão, não apresenta grandes novidades sobre o estudo do tema, e para além do mais tem alguns erros, um que para mim têm a sua gravidade, em especial o seguinte:

  • É nos apresentado num dos anúncios a Cerveja Gama, ora a CUF nunca teve no sector cervejeiro, e o anuncio não é pertencente à CUF mas sim à Companhia União Fabril Portuense, sob a qual veio a ser constituída mais tarde a empresa UNICER.

Depois ao longo do livro deparamo-nos com outros erros:

  • O verdadeiro nome do Engenheiro que concebeu e idealizou as fábricas do Barreiro, não era "Albert" mais sim Auguste Lucien Stinville.

  • A Ipoetex nunca existou, mas sim a IPETEX - Sociedade de Indústrias Pesadas Têxteis

  • A SONADEL (Sociedade Nacional de Detergentes) é referida como sendo uma empresa da CUF em Moçambique, o que está errado, as suas fábricas estavam situadas no Sobralinho e em Alhandra, criadores da famosa marca Sonasol que gerações de donas de casa usaram, e sob o qual irei fazer um post neste blogue. Aliás a SONADEL foi uma das primeiras marcas nacionais a produzir detergentes, e a abastecer o mercado interno com os seus produtos, através de marcas como o já referido Sonasol, ou o Det e Juá


O Administrador do Blogue

Ricardo Ferreira


quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Memórias da CUF

Desta vez convido-vos a assistirem a este interessante documentário, ou entrevista feita a uma senhora que vive no Bairro Operário da CUF, onde também trabalhou. A autoria deste trabalho é de Isabel Teixeira e Rui Durão.

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

As Comemorações dos 100 anos da CUF no Barreiro

Faz hoje precisamente 100 anos era colocada a funcionar a primeira unidade fabril do Complexo do Barreiro - A Extracção de azeite do bagaço. De 1908 até 1975, o complexo da CUF jamais deixaria de crescer, diversificar-se, dotada das mais modernas técnicas, sendo um paradigma da história da industria portuguesa. O nome do Barreiro passou a ser reconhecido a nível internacional, e disso atesta a extensa lista de visitantes estrangeiros que a visitaram ao longo de décadas. Hoje o seu panorama é bem diferente, a braços com a desindustrialização que nesse local já se vem sentindo desde o final da década de 80, é também palco de novos planos de expansão por parte da Câmara Municipal do Barreiro.

Este blogue associa-se ás comemorações que hoje serão feitas no Barreiro. Deixo aqui na integra a noticia do blogue Rostos On-line:

. Lançamento do livro-álbum “A Fábrica”, coordenado por António Camarão, António Sardinha Pereira e José Leal da Silva

. Apresentação do livro “A Rua do Ácido Sulfúrico”, da autoria de Jorge Morais

A Comissão Organizadora das Comemorações do Centenário da CUF no Barreiro, celebrando a data em que iniciou a produção a primeira fábrica da CUF, no Barreiro, promove, no dia 19 de Setembro, a apresentação de diversas obras e, também, o lançamento da colecção filatélica “Cem Anos da CUF”, uma emissão dos CTT com carimbo do primeiro dia.

Foi no dia no dia 19 de Setembro de 1907 que, no Barreiro, iniciou a sua produção a primeira fábrica da CUF, para assinalar esta data a Comissão Organizadora das Comemorações do Centenário da CUF no Barreiro, constituída pela Câmara Municipal do Barreiro, pela Companhia União Fabril – SGPS, SA e pela Quimiparque – Parques Empresariais, SA, vai promover pelas 17 horas, no Restaurante Palácio Alfredo da Silva :o lançamento do livro-álbum “A Fábrica”, coordenado por António Camarão, António Sardinha Pereira e José Leal da Silva.
Será, igualmente, efectuada a apresentação do livro “A Rua do Ácido Sulfúrico”, da autoria de Jorge Morais, de referir que ambas as publicações são da responsabilidade da Editorial Bizâncio.
Neste mesmo dia, será efectuado o lançamento da colecção filatélica “Cem Anos da CUF”, uma emissão dosCTT com carimbo do primeiro dia.

A sessão realizar-se-á no dia 19 de Setembro, pelas 17 horas, no restaurante “Palácio Alfredo da Silva”, sito na Rua Lawes, nº 2-A, no Bairro Velho da CUF,junto ao antigo Cinema da Quimigal, no Barreiro.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Recordando a Colónia de Férias da CUF


-->A 10 de Agosto de 1950 era solenemente inaugurada a Colónia de Férias da CUF, contanto com a presença de D. Manuel de Mello, o seu filho Jorge e do cardeal Gonçalves Cerejeira. Daí para a frente D. Manuel e os seus filhos nunca faltariam á sua festa anual, considerada como “uma maravilha” pelos quadros superiores da empresa. Reconhecida por oferecer aos seus funcionários politicas socais que no nosso país em muito suplantavam as das outras empresas (mesmo nos dias de hoje), a CUF apostava também nos filhos dos funcionários oferecendo-lhes uma Colónia de Férias muito especial, e que chegou a ser considerada uma das melhores do seu género na Europa. Durante três meses de Julho a Setembro a colónia abria as portas a mais de 300 crianças filhos de trabalhadores da empresa e suas associadas. Iam desde filhos de engenheiros até aos filhos dos porteiros. Durante 15 dias as crianças tinham umas férias emocionantes, levantando-se cedo, eram depois conduzidas ao refeitório para o pequeno almoço, de seguida eram contados pelos seus monitores, e partiam á aventura por entre pinhais, o cheiro a alfazema e do mar. Situada na zona de Sintra, mais concretamente, na Estrada do Rodizio, no Sitio do Pego em Almoçageme, possuia esta colónia ligação directa com a Praia Grande através de uma escadaria de 137 degraus. Durante 15 dias as crianças passavam os dias repletos de actividades, tais como: pintura, trabalhos manuais no Alpendre, cinema, aulas de couro, ou até disputar campeonatos de futebol. A cada grupo de 16 crianças (dos 4 aos 14 anos) estava destinado um grupo de 4 monitores. As crianças eram distinguidas por cores, vermelho era para Estarreja, verde e castanho para o Barreiro, amarelo para Alferrarede e azul para Lisboa, era possibilitadas a estas crianças que vinham de diferentes zonas do país, a oportunidade de viverem novas experiências, recorde-se que algumas destas nunca tinham visto o mar.



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Uma figura muito conhecida da pequenada era o enfermeiro Mendonça a quem as crianças tratavam carinhosamente de “Senhor Doutor” cabia-lhe a ele inspeccionar as crianças á chegada, e tratar das mais variadas maleitas. Na Colónia era incutido ás crianças o respeito pelos horários e pela organização. Muitas chegavam a chorar com saudades de casa e partiam a chorar com saudades dos bons momentos vividos. No último dia era realizada uma festa com várias actividades teatro e dança eram algumas delas. Há 17 anos resolveram-na fechar para não mais abrir, quem passar hoje pelo sítio verá uma paisagem bem diferente da do passado. Quis o destino que enquanto miudinho pequeno passasse um dia de verão nessa mesma Colónia que na época era já chamada de Quimigal, mal eu sabia que quando crescesse me iria afeiçoar tanto a este tema.





Mais Algumas fotos da Colónia de Férias da CUF





Informações da Colónia de Férias, Revista Interna da CUF 1965



terça-feira, 9 de setembro de 2008

Curiosidade: Convite da Lisnave para a Inauguração da Doca Alfredo da Silva

No dia 23 de Junho de 1971 era inaugurada com pompa e circunstância a Doca Alfredo da Silva, que era na época a maior Doca Seca do Mundo, com uma capacidade de docagem para navios até 1 milhão de toneladas. Na cerimonia estiveram presentes individualidades nacionais e estrangeiras ligadas ao mundo marítimo, o Chefe do Estado, sendo o anfitrião deste evento o Presidente da Lisnave, o Sr. José Manuel de Mello. Aqui vos deixo o convite, juntamente com o programa e também o cartão a quem este mesmo convite teria sido endereçado.



Capa do Convite






Programa




sábado, 6 de setembro de 2008

A CUF e o Barreiro, parte 2

Venho-vos apresentar a segunda parte de um estudo que ando a fazer e que é da máxima importância para se perceber o sentido de responsabilidade social que nessa época a CUF já detinha. Ao longo de décadas a empresa em muito auxiliou o Barreiro, fosse na criação de escolas, verbas para o novo Hospital ou ainda restauro de locais de culto ou ajudas diversas a colectividades (das quais eu já falei num post anterior). Pois bem vou agora apresentar mais 3 exemplos dos auxílios prestado pela CUF às gentes do Barreiro.


Externato Diocesano D. Manuel de Mello


Em 1957 por iniciativa de alguns chefes de família trabalhadores na CUF, e devido ao aumento muito significativo do número de educandos que pretendiam continuar o seus estudos liceais, decidiram deste modo criar um colégio-liceu. Ideia que logo de imediato foi acarinhada pela Administração da CUF sendo esta de imediato estudada. Após conseguida a autorização oficial, a CUF entra em contacto com o Patriarcado de Lisboa para o encargo e direcção deste estabelecimento, recebendo resposta positiva a esse pedido. A empresa cede para o efeito um terreno que detinha na Quinta dos Casquilhos (Alto de Paiva) para a realização da obra, orçada em cerca de 4000 contos. O autor do projecto foi o arquitecto Formosinho Sanches, sendo iniciada em 1961 a cargo da construtora A. Silva & Silva do Seixal, ficando ainda nesse ano concluídas as instalações mais essenciais. Este colégio tinha a capacidade inicial para 600 alunos. No ano lectivo de 1964/65 criou este estabelecimento de ensino uma secção de instrução primária. Em 1972 a CUF põe à disposição do Ensino Oficial as instalações do Externato para nelas funcionar no novo Ano Lectivo de 1973/74 parte do Liceu Nacional do Barreiro. Devido a estas mudanças ainda no ano de 1973 o Externato D. Manuel de Mello é transferido para a Praça Paulo VI com Jardim-de-infância e Ensino Primário onde ainda hoje permanece. Quanto ao antigo local na Quinta dos Casquilhos foi definitivamente ocupado pelo Liceu do Barreiro, tendo hoje a designação de Escola Secundária do Barreiro.


O Novo Hospital


Desde 1935 que se estudava a implantação de um hospital no Barreiro de forma a corresponder com o aumento populacional de um centro urbano que ganhava cada vez maior importância. Mas será só pela Lei nº 2011 de 2 de Abril de 1946 que promulgava as bases da Organização Hospitalar do País que se designou para o Barreiro um Hospital Sub-Regional que seria equipado com um total de 77 camas, das quais 13 ficariam reservados para os serviços infecto-contagiosos. Entre 1947 e 1951 foram elaborados pelos serviços camarários vários estudos de localização deste novo Hospital, escolhendo-se um terreno de 6000 metros quadrados, junto à Rua D. Manuel I no local conhecido por Baixa do Convento. Durante a sua construção, chegam á Misericórdia do Barreiro donativos de várias entidades entre os quais os oferecidos pela CUF pela mão de D. Manuel de Mello e de seus filhos Jorge e José Manuel de Mello. Por volta de 1955 o Hospital sofre uma importante reconstrução do projecto inicial, sendo assim introduzidos novos serviços, o Laboratório de Análises Clínicas, importando um custo de 63 mil escudos, assim como a Sala de Raio X cujo o custo se elevou a mais de 400 contos, só sendo possível a sua realização devido á importante dádiva de D. Manuel de Mello á Misericórdia desta localidade. O Hospital é inaugurado em 1959 com o nome da Padroeira do Barreiro (Nossa Senhora do Rosário). Em Fevereiro desse ano é inaugurado solenemente junto ao Hospital o Busto de D. Manuel de Mello, um dos seus grandes beneméritos, na cerimónia esteve presente a sua filha D. Maria Cristina da Silva José de Mello Champalimaud, bem como o então Ministro da Saúde Dr. Henrique Martins de Carvalho.




A Capela de Santo António da Santa Casa da Misericórdia


Em 1955 resolveu-se reconstruir este antigo lugar de culto, para tal o edifício foi reduzido as suas quatro paredes. Seguindo um rigoroso plano de reconstrução e restauro, rebocaram-se as suas paredes, foram-lhe colocados azulejos também eles restaurados. Mais uma vez a CUF não ficou de fora, sendo o tecto, portas e bancos desta renovada capela (madeira bem como a mão-de-obra, trabalho estimado em 200 contos) uma oferta da empresa á Santa Casa da Misericórdia. A reabertura deste local de culto sob a invocação de Santo António, levou á necessidade de adquirir uma imagem do Santo que se crê ser do séc. XVIII e que depois de devidamente restaurada foi oferecida por D. Manuel de Mello a esta capela.





Fontes:

  • "O Barreiro Contemporâneo - A grande e progressiva Vila Industrial" Armando da Silva Pais, Vol. 1º, 1965
  • Foto do Busto de D. Manuel de Mello tirada por Marco Valente



terça-feira, 2 de setembro de 2008

A Nova Imagem da Marca SG

Nos inícios de 1973 A Tabaqueira, decidiu dar uma nova imagem á sua afamada marca SG, que entretanto já tinha alargado a variedade ao SG Gigante (lançado em 1959) e ao SG Ventil (lançado com grande sucesso em 1964). Num design que foi um corte radical com o passado e mais adaptado aos anos 70, o “letering” SG passa a ser rectilíneo, novas e atraentes cores foram colocadas nos maços, o SG Filtro (azul escuro) SG Gigante (bordeaux) e por ultimo o SG Ventil (cinzento). Curiosamente são ainda hoje estas mesmas cores as utilizadas nos maços da gama SG, já com um design gráfico mais moderno. São gerações e gerações de portugueses que se habituaram a ter por companhia os cigarros SG, marca que ainda hoje tem grade expressão no mercado de tabacos nacional. Como curiosidade e de forma a completar este post coloco aqui também um anúncio de inícios de 1974 publicitando estas novas embalagens.





Anúncio da TABAQUEIRA 1974


segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Rebocadores da SG engalanados no Tejo



Era o dia 6 de Agosto de 1966, dia festivo, era inaugurada com pompa e circunstância a Ponte Sobre o Tejo (á época Ponte Salazar). Á cerimónia assistiram milhares de pessoas, que em cortejo com os seus automóveis quiseram ser os primeiros a passar para a outra margem, após uma longa demora de trânsito caótico. A Sociedade Geral, juntou-se a estas comemorações e engalanou alguns dos seus rebocadores, na foto podemos ver em primeiro plano o Rebocador Soure e mais atrás temos um rebocador de construção mais antiga o Estoril do qual infelizmente apenas se consegue visionar a chaminé e várias pessoas que iam dentro do barco. Infelizmente são raras as fotografias a cores de navios da SG, têm sem dúvida outra cor e alegria.