sexta-feira, 3 de agosto de 2007

A C.U.F. e o Barreiro, parte 1

Neste post irei tratar de um assunto pouco conhecido, mas de grande importância para a história da Companhia. Desde que a C.U.F. se instalou no Barreiro (1908), cedo se interessou pela vida do concelho, contribuindo e muito ajudando para o progresso do mesmo.

No final dos anos 20, o Barreiro passava por uma enorme crise nos estabelecimentos de ensino, não existindo as necessárias salas de aula para a enorme procura então verificada. Assim em 1927, Alfredo da Silva mandou edificar uma escola de ensino primário no seu Bairro Operário, resolvendo o problema educacional dos filhos dos seus empregados.

Em 1934, decidiu-se finalmente construir o chamado Aterro da Praia Norte, para a defesa contra as cheias das populações desse local. Assim em Novembro de 1934, Alfredo da Silva põe á disposição da Câmara do Barreiro, locomotivas, vagões, pessoal, e ainda o combustível necessário, para se efectuar tal empreendimento. Assim a linha privada da C.U.F. é desviada, entrando na antiga praia do Barreiro, onde se descarregou as toneladas necessárias de terra para a construção deste Aterro que ficou concluído em 1936.

Em 1938 aquando da criação do Curso Industrial Nocturno do Instituto dos Ferroviários do Sul e Sueste, a C.U.F. cede por empréstimo peças para servirem de modelos nas aulas de desenho de máquinas.

A 12 de Janeiro de 1947 foi inaugurada a Escola Industrial e Comercial Alfredo da Silva, em justa homenagem a uma figura que, nas palavras de seu genro (D. Manuel de Mello, Administrador-Gerente da C.U.F.) “criou e desenvolveu o Barreiro, e teve sempre o projecto de construir escola semelhante” Estiveram presentes na inauguração, a viúva de Alfredo da Silva, D. Maria Cristina Resende Dias de Oliveira da Silva, a sua filha, D. Amélia Silva de Mello (casada com D. Manuel de Mello), o Presidente da Câmara do Barreiro, José Joaquim Fernandes e os Subsecretários de Estado da Educação Nacional e Obras Públicas.

Fonte: "O Barreiro Contemporâneo", vol. I, Armando da Silva Pais, Edição da Câmara Municipal do Barreiro, 1965

10 comentários:

Unknown disse...

Um facto mesmo nada conhecido. O grande Senhor Alfredo da Silva até se preocupava com a educação dos filhos dos seus operários.

Pergunto: como é que é possível um partido como o Comunista ter tido a lábia de acabar com um património industrial destes?

Saudações ao meu amigo Ricardo!

Anónimo disse...

Escola que ainda hoje poderia ser uma escola modelo. Tinha uma biblioteca, e bom ginásio bem equipado, laboratórios e oficinas e os operários com filhos do sexo masculino não pagavam os livros de estudo.

Anónimo disse...

Para quem não viveu aqui só vos digo que tive o previlégio de crescer no Barreiro CUF.QUIMIGAL. Poder ir de autocarro ou a pé para a escola, praticar todos os desportos que queríamos desde os 3 anos (pois havia imensos-só faltava piscina), tinhamos posto médico, com bloco operatório, maternidade, amigos com pais no quadro superior da empresa e outros do mais baixo nivel reconhecido na empresa...tudo isto e sem preconceitos, me fez crescer.
Obrigada CUF.

Anónimo disse...

A CUF nasceu da visão do senhor Alfredo da Silva e para quem não sabe, a CUF na altura do 25 de Abril era o 5º maior aglomerado industrial da Europa e o maior da península Ibérica, dando emprego a cerca de 25 mil pessoas e sendo resposnsável por 26% das exportações Portuguesas à data.
O 25 de Abril e os Comunistas da margem sul destruiram tudo isto, só mesmo em Portugal é que se podia cometer um crime destes, que foi o de desmembrar esta enorme e produtiva empresa.
Mas ela está aí a renascer das cinzas com toda a pujança e acredito que os descendentes do Sr. João de Mello vão refazer novamente a CUF e colocá-la no lugar que é seu por direito, ou seja no topo e na vanguarda da industria Portuguesa.

Anónimo disse...

Há dias o meu pai, Eng. Bento Louro, ex-presidente do Grupo Desportivo da CUF e ex-presidente da C. M. do Barreiro foi homenageado pelo Grupo Desportivo Fabril. Nesse dia voltaram-se a encontrar os que construíram a CUF e os que a destruíram. Curiosamente, ouvimos o antigo hino do G.D. da CUF, numa sala reacheada de comunas ressábiados.
A homenagem deu-se por atribuir o nome do meu pai a um novo campo de relva sintética.
A minha familia esteve toda presente, salvo claro, o meu falecido pai.
Podemos ouvir da boca, dos meus irmãos mais velhos, como eram boas as suas vidas dos anos sessenta.
Fizemos uma excursão até à "nossa" casa, no antigo bairro de operários da CUF e fomos tomar um café ao Tico Tico.
Para nós o passado já lá vai, foi bom e valeu a pena todos os momentos vividos.
Para os comunas desejo todas as doenças que um operário possa padecer mas sem o apoio que recebiam da CUF.

Daniel Santos disse...

Boa Tarde

Estou a usar este meio para contactar uma pessoa da CUF. Gostaria de contactar a Dr.ª Beatriz, médica da creche da CUF. Se alguém me pudesse informar como isto é possível, eu agradecia. O meu endereço de e-mail é Fonseca1977@live.com.pt.

Daniel Santos

BAÚ DA AJUDA disse...

Perdoem mas não foi o Partido Comunista quem acabou com a CUF. Foi sim o Parido Socialista e o antigo PPD que criaram as divisões e as condições para que se partidarizassem todas as estruturas nacionais,e como se costuma dizer, "quando o mar bate na rocha quem se lixa é o mexilhão". Neste caso o PCP. Partido este que tinha muito boa gente a trabalhar dentro da CUF e aos quais a PIDE não podia por a mão lá dentro.
Parabéns pelo Blog...
Correia

Anónimo disse...

Boa noite.
Sou o bruce e tenho 25 anos.Desde a minha infancia que lido com maquinas industriais,pois meu avo e meu pai montaram uma pequena fabrica de iluminação que na altura ainda dava emprego a 50 empregados com olaria,carpintaria,serrelharia,torneamento,frezagem,cromagem e a parte final das montagens das peças.Para quem se lembra a empresa era Domingos Amaro Iluminação e sempre que precizavão de esclarecimentos sobre produtos quimicos e não so, era na quimigal que se resolvia quase todos os problemas.Pois bem a empresa fexou e eu continuei no ramo da iluminação mas como artesão,o que e uma pena pois o nosso pais infelizmente não tem mercado para uma fabrica de iluminação decorativa.Mas o ponto que quero citar e este:Como e que deixaram uma empresa como a CUF desaparecer?E que não se esqueçam que não perdemos apenas uma fabrica perdemos uma cultura,uma ciencia pois todos os anos de expriencia e de conhecimento que a CUF tinha sobre inumeros quimicos e não so perderam se e ja mais vamos voltar a ter!Não e uma autoeuropa que vai fazer o lugar da CUF...E ha dias passei por la para ir a um laboratorio que eu ia com o meu pai quando mais novo e so la encontrei ruinas...a QIMIGAL CUF agora e um cimiterio de Grandes fabricas laboratorios e inumeros conhecimentos que deixaram se perder...Tenho imensa pena de termos um pais que antes do 25 de abril era mais produtivo e lutador do que actualmente...Aqui deixo o meu mail para quem quizer me contactar Amaro_design@hotmail.com

Ricardo Ferreira disse...

Caro Bruce

Bemvindo ao Blogue, espero que tenha gostado. Escrevo-lhe para lhe dizer que faço minhas as suas palavras. Eu não o diria melhor do que o Bruce! E em relação a AutoEuropa tem toda a razao, pois mais tarde ou mais cedo a Volkwagen irá procurar locais onde hajam ordenados mais baixos, com boa produtividade. É assim o capitalismo selvagem dos dias de hoje que muitos batem palmas. Eu não. Prefiro Aplaudir com muita honra e orgulho uma empresa modelo como foi a CUF que como poucas assumiu desde sempre um compromisso para com o país: o desenvolvimentos industrial e económico e foi isso que ela fez até 1975. Já para não falar das politicas sociais, mas isso é outra historia....

o maior cego é o que não quer ver disse...

Alguem conheceu ou tem referências da história sobre o meu avô henrique carlos henriques vasques? Referem ter sido o braço direito, o homem de confiança de alfredo da silva...